A sociedade, como um todo, será vencedora nesta luta por um processo de ensino-aprendizagem de qualidade e com a remuneração justa para todos os trabalhadores(as) da Educação.

Os cerca de 90 mil professores e professoras que trabalham nas instituições particulares de ensino no Estado do Rio de Janeiro fazem parte de uma categoria que vem sofrendo, ao longo dos últimos anos, com baixos salários, más condições de trabalho e, por fim, o desemprego. Esta situação tornou-se mais grave ainda com a pandemia e o fato de que de o estado apresentar taxas econômicas e sociais piores que as do restante do país.
A partir de março de 2020, devido à pandemia, a categoria teve que se adaptar às aulas online; muitas vezes, enfrentando dificuldades relacionadas às condições de trabalho e econômicas (internet cara e deficiente, precariedade de equipamento e falta de apoio das escolas, entre outras).

Além disso, como norma geral, o professorado das escolas particulares é vítima do aumento brutal da carga horária de trabalho (até mesmo com dupla jornada) sem o aumento proporcional no salário. A realidade para a imensa maioria das escolas particulares é o aumento do trabalho com a diminuição dos salários. O trabalho aumentou, mas o salário diminuiu. Assim não dá! Sem professor e professora, não há Educação.

Assim, com esse quadro, os dez sindicatos dos professores (Sinpro), que representam a categoria em todo o estado (Educação Infantil, Educação Básica e Superior e Sistema S), estão mobilizados para fazer cumprir e renovar, quando necessário, as Convenções Coletivas de Trabalho (CCT) e os acordos coletivos de trabalho (ACT) com os sindicatos patronais, em uma atuação fundamental para a defesa dos direitos trabalhistas e sociais tão duramente conquistados.

O movimento sindical já tem como pontos de pauta principais a manutenção das cláusulas sociais e a recomposição das perdas salariais do magistério, com ganho real. Dentre essas cláusulas sociais, merecem destaque a Homologação no Sindicato, a saúde do professor(a) e a hora tecnológica. A recomposição das perdas salariais é primordial para recuperarmos o poder de compra dos salários, tendo em vista o aumento significativo da inflação no país, que é responsabilidade do descaminho econômico-social trilhado pelo atual governo federal.
Também é sempre bom lembrar que as escolas privadas são uma concessão do poder público. Mas as instituições particulares não estão “livres” para oferecer qualquer tipo de ensino. Antes de tudo, essas instituições têm, por força da lei, que oferecer um ensino de qualidade aos estudantes. E para
que isso ocorra, é necessário que as professoras (es) tenham melhores condições salariais e de trabalho.
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Tendo em vista a importância do nosso trabalho nessas instituições, alertamos os professores e professoras e toda sociedade fluminense sobre a campanha salarial 2022: vamos defender salários e condições justas para exercer nossa profissão. A sociedade, como um todo, será vencedora nesta luta por um processo de ensino-aprendizagem de qualidade e com a remuneração justa para todos os trabalhadores(as) da Educação.
Oswaldo Teles é coordenador da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado RJ (Feteerj)

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