Em meio ao ápice de quase meio milhão de mortes em decorrência pandemia do coronavírus no Brasil, várias prefeituras de abrangência de atuação do Sindicato dos Professores de Macaé e Região insistem em liberar o retorno das aulas presenciais. É, portanto, uma política deliberada de atentar contra a vida dos docentes e suas famílias. Ao invés de tratar o caso com populismo, os governos deveriam investir na aplicação acelerada de vacinas, imunização da população. Este é o único caminho seguro para o retorno das aulas presenciais.
Vale lembrar que nossos professores vêm demonstrando destacada resiliência, competência e compromisso para, mesmo em um cenário de incertezas quanto à saúde e à vida, garantirem a continuidade do período letivo de nossos alunos, usando as tecnologias em suas várias nuances e assegurando bons aprendizados, obviamente resguardando as devidas proporções e limitações das ferramentas.

Também é necessário destacar que os professores e alunos vêm superando, com muito esforço e recursos próprios, as dificuldades na promoção e acesso às tecnologias necessárias para o desenvolvimento das atividades escolares a fim de promover o processo de ensino-aprendizagem.

Sabemos que nada irá substituir a relação professor/aluno, as aulas presenciais, o convívio coletivo, as experiências diversas que a escola proporciona e a própria escola quanto ferramenta de inclusão social.

Sabemos também que, mesmo com o uso condicional do ensino remoto, a dinâmica presencial das aulas e das atividades educativas jamais poderá ser substituída ou mesmo reduzida. Assim, consideramos que o debate quanto ao retorno às atividades presenciais vai além da discussão acerca de protocolos sanitários e deve seguir os anseios, necessidades e orientações de vários seguimentos, principalmente de professores e da comunidade escolar como um todo.

Reafirmamos que basta vontade e esforço de nossos políticos para atender essas necessidades! O compromisso dos gestores em elaborar em parceria com a sociedade os protocolos sanitários e em cumpri-los efetivamente será uma questão decisiva. E as escolas e redes de ensino que não cumprirem à risca os protocolos terão que responder por suas omissões ou ações indevidas.

Quando as condições sanitárias do país realmente permitirem a reabertura das escolas, não poderemos prescindir dos esforços coletivos para adotar as melhores medidas práticas e de conscientização para a convivência segura com o vírus, que perdurará até que atinjamos a imunidade coletiva ou que sejam produzidas e distribuídas vacinas eficazes para 100% da população.

A população não pode pagar o preço de eventuais irresponsabilidades que poderão ceifar vidas de crianças, jovens e trabalhadores em educação.

Dessa forma, o Sinpro Macaé e Região, respaldado na decisão unânime de todas Assembleias Virtuais realizadas por nossa instituição junto à categoria, reafirma que sem a contenção do vírus, sem que exista definição clara de estratégias seguras de garantia de saúde e práticas sanitárias, sem que haja a responsabilidade concreta, não há como se pensar em retorno às atividades presenciais.

Além disso, nossos docentes estão cansados de viver sob constante ameaça de perdas dos postos de trabalho e direitos trabalhistas já garantidos pelo Sinpro. Não serão aceitos suspensão de salários, suspensão de contratos de trabalho e instabilidade de emprego.

A solidariedade e entendimento moral e científico por parte de mães, pais e responsáveis legais de alunos de escolas particulares para que as aulas não retornem agora, têm sido fundamental para que a luta do Sindicato não esmoreça. Parabéns a todos que compreendem que a vida deve estar sempre acima de qualquer outra coisa, ainda mais do lucro.

Aulas, conteúdos, tarefas se recuperam. Vidas não!